
A disputa entre gigantes do setor de tecnologia e entretenimento ganhou mais um capítulo explosivo. A Sony abriu um processo contra a chinesa Tencent, acusando a empresa de violação de direitos autorais por conta do jogo Light of Motiram, desenvolvido pelo estúdio Aurora (subsidiário da Tencent). Segundo a Sony, o título seria uma cópia evidente da série Horizon, desenvolvida pela Guerrilla Games e amplamente consagrada no PlayStation.
Acusações de cópia: visual, temática e jogabilidade
O coração da acusação está na semelhança entre Light of Motiram e os jogos Horizon Zero Dawn e Horizon Forbidden West. Ambos trazem protagonistas femininas em um mundo pós-apocalíptico dominado por criaturas robóticas, com forte presença de elementos naturais e tribais.
A Sony afirma que o jogo chinês “imita de forma quase servil” não apenas o enredo e a estética, mas também o design gráfico, a estrutura de gameplay e até mesmo o estilo visual da tipografia usada nos títulos da série Horizon. A empresa norte-americana sustenta que Light of Motiram foi criado com base em elementos criativos protegidos por direitos autorais, buscando se beneficiar do sucesso e da identidade construída ao longo dos anos pela franquia original.
Proposta recusada teria dado origem à polêmica
Um detalhe curioso é que, em 2024, a Tencent teria procurado a Sony com uma proposta de colaboração. A ideia era desenvolver um game baseado no universo de Horizon, adaptado com elementos orientais e com foco no multiplayer online. A Sony recusou o projeto, julgando que a proposta não estava alinhada com os planos para a franquia. Pouco tempo depois, Light of Motiram foi anunciado — o que levantou suspeitas imediatas.
No processo, a Sony afirma que o jogo desenvolvido posteriormente pela Tencent segue, com poucas alterações, a estrutura e a identidade visual inicialmente proposta para o projeto conjunto. Isso reforça a acusação de apropriação indevida de propriedade intelectual.
Indenização e medidas judiciais
A Sony pede uma indenização de até US$ 150 mil por obra copiada, além de solicitar à Justiça que impeça o lançamento e a distribuição do game. A empresa argumenta que, se não houver um posicionamento claro por parte das autoridades, o mercado de jogos poderá se tornar um ambiente onde conceitos originais são facilmente replicados por concorrentes, gerando prejuízos criativos e comerciais.
Além disso, a ação destaca a importância de proteger franquias icônicas contra imitações que confundam os consumidores e enfraqueçam o valor de marcas já estabelecidas.